Sabores do Touro Bravo ou Sabores do Escândalo?
Ora aí está, mais uma edição dos afamados Sabores do Touro Bravo, esse festival gastronómico que promete todos os anos trazer o melhor da tradição à mesa — mas, como vem sendo hábito, também traz à superfície o pior dos bastidores.
Este ano, o burburinho todo não foi provocado por um prato demasiado salgado ou uma bifana mal passada. Não senhor. A verdadeira “iguaria” servida ao povo veio sob a forma de mexerico bem quente, cozinhado longe dos olhos do público mas servido com fartura nas conversas de café.
Ao que parece, uma das tasquinhas do certame tornou-se palco de um momento… digamos… menos gastronómico. Durante uma vistoria surpresa, um inspector da organização terá surpreendido dois elementos da equipa envolvidos numa actividade que, embora envolvesse suores e movimentos rítmicos, estava longe de ter a ver com tachos ou temperos. A descrição mais generosa que se ouviu foi “actividade extra-culinária”, embora os presentes tenham usado termos menos diplomáticos.
Alguns dizem que era apenas um descanso merecido entre turnos — o que, a julgar pelo entusiasmo relatado, deve ter sido o mais revigorante dos intervalos. Outros juram que ouviram mais gemidos do que panelas e tachos a bater. E depois há os que se mantêm em silêncio, mas que piscam o olho com aquele ar de “já sabia que aquilo andava a ferver há semanas”.
A verdade é que a barraca foi desmontada discretamente, sem grandes alaridos, mas como em Coruche nada se esconde por muito tempo, a história já circula com várias versões, cada qual mais apimentada que a anterior.
E assim se prova mais uma vez: nos Sabores do Touro Bravo, nem tudo o que se cozinha vem da cozinha.